A VIDA PRIVADA DE STALIN - 2013
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A VIDA PRIVADA DE STALIN - 2013
A VIDA PRIVADA DE STALIN - 2013
De: R$ 54,90
Por: R$ 46,95
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A VIDA PRIVADA DE STALIN - 2013

Autor(es): LILLY MARCOU
Edição: 1ª
Editora: JORGE ZAHAR
ISBN: 9788537809938
Número de Páginas: 256

Fruto da determinação da historiadora francesa Lilly Marcou em conhecer melhor uma figura tão contraditória, a obra busca traçar um perfil revelador do homem sempre ofuscado pelo mito.

Sem pretender promover um novo julgamento dos anos de terror stalinista, o resultado do trabalho de Marcou é um Stálin de carne e osso, humano, ainda que não menos vulnerável às acusações da posteridade. Para escrever este livro, baseado em trinta anos de pesquisas, ela contou com fontes primárias.

Mergulhou nos arquivos abertos ao Ocidente após o fim da União Soviética e entrevistou parentes e pessoas próximas a Stálin que sobreviveram aos expurgos.

A autora evidencia como as atrocidades do regime conviviam com a esfera privada na vida do ditador e desvenda o homem por trás do mito, sem com isso questionar seus crimes.

Por trás do líder carismático que mobilizou nações e surpreendeu seus pares como Churchil e Roosevelt; ou do governante implacável na eliminação de seus opositores, mesmo que fossem membros de sua própria família, ela recupera o jovem inúmeras vezes exilado pelo czar e o homem duas vezes viúvo e envolto numa crescente paranoia.

Nesse processo, apresenta fatos novos, ilumina aspectos omitidos ou ignorados e esclarece controvérsias, fazendo a ponte entre o rumor e a realidade.

A INTIMIDADE DO DITADOR JOSEPH STALIN (Agradecimentos à Revista Época)

Sessenta anos depois da morte do ditador Joseph Stálin, um novo livro revela detalhes de sua vida pessoal

FILLIPE MAURO

Em 1935, numa de suas raras visitas à mãe, o tirano soviético Joseph Stálin (1879-1953) se viu diante de um desafio inusitado: explicar qual era, exatamente, sua profissão. “Mamãe, lembra-se do nosso czar? Pois bem! De certa forma, sou o novo czar”, disse ele. Ela não ficou satisfeita: “Pondo tudo na balança, você teria feito melhor virando padre”.

Episódios como esse, narrados no livro A vida privada de Stálin (Zahar, 256 páginas, R$ 54,90), apresentam uma faceta pouco conhecida de um homem que a história eternizou como ditador sanguinário, responsável pela morte de milhões de pessoas nos 30 anos em que esteve no poder. Escrito pela pesquisadora francesa Lilly Marcou, especialista em história do comunismo, o livro reúne documentos pessoais de Stálin e seus descendentes para decifrar a intimidade do personagem. O resultado é uma figura contraditória. Impiedoso e gélido com aqueles que julgava adversários, Stálin jamais deixou de desejar “mil anos de vida” a sua “mamãe”. Constantemente lamentava não ter tempo suficiente para ver seu “Pardalzinho”, a filha Svetlana Alliluyeva. “Ele era uma pessoa terrivelmente contraditória”, afirma Lilly.

As raízes dessa contradição estão, segundo ela, no contraste entre a infância humilde de Stálin e o poder que ele adquiriu ao longo da vida. Stálin nasceu no pequeno vilarejo de Gori, na Geórgia, num ambiente de extrema pobreza. Sua mãe era faxineira e ama de leite na casa de um aristocrata. Seu pai era um homem violento, que agredia mãe e filho. Bom aluno nos colégios locais, conseguiu entrar num seminário, mas não realizou o sonho materno de ter um filho padre. Revoltava-se contra a disciplina imposta pelos padres e articulava motins com seus colegas. Tornou-se revolucionário na adolescência. Aos 26 anos, casou-se com Ekaterina Svanidze, uma mulher submissa e religiosa. Amava-a tanto que aceitou casar-se numa igreja, contrariando a ideologia comunista. Teve com ela apenas um filho, Iakov, que morreu anos depois num campo de concentração nazista. Após a morte da mulher, em 1907, casou-se novamente, com Nadejda Alliluyeva, 20 anos mais jovem que ele e filha de militantes bolcheviques. Com ela, teve dois filhos: Vassili e Svetlana, sua preferida.

Mesmo depois de se tornar a autoridade máxima do Partido Comunista, em 1924, Stálin manteve muitos de seus hábitos antigos. Era constantemente presenteado com valiosas obras de arte, mas passou anos vestindo o mesmo sobretudo que o protegeu do frio durante a Revolução Russa. Viajava com frequência para a cidade de Sóchi, no litoral russo, para se recuperar de crises reumáticas. Lá, costumava colher frutas frescas para enviar a Svetlana.
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Sua relação com a mãe era menos próxima. Os dois trocavam cartas afetuosas, mas Stálin raramente ia à Geórgia visitá-la. Seus filhos já eram crescidos quando visitaram a avó pela primeira vez, em 1935. Passaram apenas uma tarde com ela. No resto da viagem, Stálin e sua família se hospedaram na casa dos familiares de Lavrentiy Beria, chefe do NKVD, o Comissariado do Povo para Assuntos Internos. Beria era um sádico faminto por poder que se tornou um dos auxiliares mais próximos de Stálin. Segundo Lilly, a forte influência de Beria sobre Stálin foi uma das causas para a onda de perseguições e execuçõ